IPTU: Dados do imóvel devem ser checados

Embora o IPTU seja o imposto mais lembrado pelos brasileiros – foi citado por 47,4% dos 2.016 entrevistados em 336 municípios em uma pesquisa da Esaf (Escola Superior de Administração Fazendária) em 2010 -, nem todo mundo toma os devidos cuidados ao pagá-lo.

"Para não ser lesado, é preciso prestar atenção a vários detalhes", adverte o advogado Plínio Salgado. Os principais são:

  • a alíquota do imposto
  • a metragem
  • a área total construída do imóvel

A partir da área e da metragem, a prefeitura estipula o valor venal do bem – base de cálculo do IPTU -, que não pode ultrapassar o seu preço de mercado.

Em cada cidade, a alíquota pode variar segundo o uso, a localização e o tamanho do imóvel.

Durante dois anos (2008 e 2009), o assistente social Ademir Candido pagou um IPTU por 300 metros quadrados de um imóvel de metade do tamanho. Na verdade, ele recebia também a cobrança da propriedade do vizinho.

No ano passado, Candido reclamou com a Secretaria de Finanças de São Paulo. "Não fazia sentido, uma vez que eu já havia feito o desdobro do terreno administrativamente na prefeitura", diz.

Ele conta que já havia entregue à prefeitura uma planta do imóvel assinada por um engenheiro e outros documentos, mas, para a Secretaria de Finanças, tudo continuava o mesmo. Foi preciso outro pedido e, dessa vez, ele espera pela remessa do carnê de 2011 para saber se a conta virá certa.

Taxas cobradas no boleto também são questionáveis para alguns juristas.

Os Tribunais de Justiça de vários estados já julgaram ilegal cobrar taxas sobre serviços públicos que não podem ser divididos pelo uso de cada contribuinte, como a de limpeza pública – diferente da de coleta de lixo residencial – e a de incêndio – que só poderia ser imposta pelo Estado, nunca pelo município.

Brasil tem assessores demais, diz estudo

Estudo da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) aponta que o modelo brasileiro de DAS compreende um número exagerado de cargos, não oferece transparência nos critérios de nomeação nem avalia o desempenho dos nomeados.

Pela avaliação, o sistema mistura diferentes objetivos, como preenchimento de postos políticos, recrutamento de especialistas do setor privado e ascensão profissional de servidores de carreira.

Isso ajuda a explicar os cerca de 22 mil cargos envolvidos, em uma força de trabalho de 570 mil funcionários no Poder Executivo.

Em comparação citada no documento, nos Estados Unidos há algo como 7.000 postos de livre nomeação, listados pelo Congresso após a eleição presidencial. Há ainda pouco mais de 8.000 vagas para o alto escalão, metade delas reservada a servidores que são submetidos a um processo de seleção.

Os números são muito mais modestos em outros países citados: na Holanda, são 780 vagas no governo, distribuídas em cinco níveis hierárquicos; no Chile, 837, em apenas dois níveis.

CONSEQUÊNCIAS

Quantidades não são, porém, a preocupação do estudo, até porque comparações entre países devem ser relativizadas em razão das diferentes estruturas do Estado. A análise se concentra nas consequências do modelo de DAS na gestão do governo.

"É difícil para o público brasileiro saber onde termina a atividade política e onde começa a administração profissional", diz o texto.

"Não há descrições publicamente disponíveis das competências requeridas para as posições ou dos méritos das pessoas selecionadas."

Relata-se que o governo Lula, em 2005, reservou para servidores públicos 75% dos cargos DAS de um a três e 50% dos DAS-4, mas a eficácia da medida para a profissionalização do sistema é vista com ceticismo.

Sem mecanismos transparentes de seleção, avalia o documento, a reserva de vagas não consegue impedir a ingerência política.

"Potenciais candidatos a cargos de comando podem querer evitar incômodos aos ministros", exemplifica-se.

Quase 70% dos cargos DAS são ocupados por servidores, numa definição ampla que abrange funcionários ativos ou aposentados dos governos federal, estaduais e municipais, além de empresas estatais. No DAS-6, a proporção cai para 56%.

Para a OCDE, o modelo brasileiro de DAS apresenta pelo menos a vantagem de introduzir alguma flexibilidade em uma burocracia que, embora de qualificação acima da média latino-americana, é engessada devido à organização das carreiras e a aversão a premiações individuais por desempenho.

Fazer PGBL realmente ajuda a “engordar” restituição do IR?

Ao final de cada ano, os bancos brasileiros fazem um grande esforço de marketing para convencer as pessoas a contribuir com um plano de previdência privada como forma de complementar a aposentadoria no futuro. O principal apelo de vendas é a possibilidade de aproveitar benefícios fiscais de um plano conhecido como PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres). Por meio desse produto, o contribuinte que entrega a declaração completa do Imposto de Renda poderá, até o próximo dia 31, depositar num desses planos o equivalente a 12% dos rendimentos tributáveis e depois deduzir esse valor da base de cálculo do IR no ano seguinte. Portanto, alguém que tenha uma renda anual de 100.000 reais (contando salário, aposentadoria e outra rendas como aluguéis, etc.), por exemplo, poderá aplicar 12.000 reais em um PGBL em 2010 e excluir esse valor do total sobre o qual vai incidir a alíquota do IR na declaração a ser entregue em 2011.

Quais os efeitos fiscais desta operação?

Em primeiro lugar é preciso entender que o PGBL não permite nenhuma isenção tributária, apenas um diferimento (diferimento significa adiamento). O contribuinte vai apenas postergar o pagamento do imposto, já que, no momento do resgate, o IR vai incidir sobre o total de dinheiro aplicado no plano – e não apenas sobre os lucros obtidos ao longo do tempo. Além disso, tanto os PGBL quanto os VGBL possuem taxas de administração, carregamento e outras que acabam sendo muito pesadas e corroem parte dos ganhos de quem investe o dinheiro.

Então, é vantajoso mesmo esta aplicação?

Só vai valer à pena se o valor líquido for maior do que o valor que conseguiríamos em um fundo financeiro durante o mesmo período.

Como investir para a aposentadoria

Os únicos produtos de previdência complementar que realmente valem a pena são os fundos de pensão oferecidos pelas empresas a seus empregados. Em geral, além do dinheiro depositado pelos funcionários, esses fundos também são constituídos por dinheiro aportado pelas próprias empresas onde eles trabalham. Há muitos casos em que a companhia coloca 1 real no fundo para cada 1 real aportado pelo beneficiário. Esse é, portanto, um excelente benefício que deve ser aproveitado. Para quem não tem a sorte de trabalhar em uma empresa como essa e quer fugir das altas taxas de administração, o ideal é aprender a investir o próprio dinheiro no Tesouro Direto e na bolsa.

A maior parte do dinheiro deve ser aplicada em títulos públicos via Tesouro Direto. Há três tipos básicos de papéis para o investidor escolher: com taxa de retorno prefixada (LTN), com juros atrelados à Selic (LFT) e com remuneração indexada à inflação medida pelo IPCA (NTN-B). Aqui é importante esclarecer que não abordamos quais seriam os melhores títulos a serem comprados, mas, em geral, especialistas recomendam a pessoas físicas a compra de LFT. Ter um pouco de NTN-B é importante para proteger o patrimônio do efeito corrosivo da inflação. Em momentos de juros muito altos, pode ser interessante aproveitar para comprar LTN. Para aplicar via Tesouro Direto, o investidor precisa ter uma conta em uma corretora. Algumas delas cobram apenas a baixíssima taxa de custódia – não há taxa de administração. Então é importante pesquisar. Caso queira revender o título público, o Tesouro Nacional realiza leilões para a recompra dos papéis todas as quartas-feiras.

Como as taxas de juros possuem uma tendência de queda no longo prazo, ao menos uma parte da poupança deverá ser direcionada para a bolsa como forma de impedir o achatamento dos rendimentos no futuro. O investimento em ações deve ser feito sempre com um horizonte de longo prazo. Para reduzir o risco, o percentual da poupança total destinada às ações deve cair com o tempo: de 30% a 40% para os muito jovens, de 25% a 35% ao redor dos 35 anos, cerca de 20% para quem tem por volta de 50 anos e só 15% após os 60 anos. Assim como outros produtos vendidos pelos bancos, os fundos de ações costumam cobrar altas taxas de administração. Uma exceção são os fundos de índices de ações negociados em bolsa (ETFs). São produtos que podem ser comprados via home broker e oferecem ótima diversificação ao investidor – portanto, o risco é menor do que comprar diretamente ações na bolsa.

Caso a pessoa queira investir em determinadas empresas específicas, o conselho é de comprar ações de poucas e grandes companhias que pagam bons dividendos e estão na liderança de seus respectivos mercados ou em posição muito competitiva. Para escolher essas empresas, é importante ler e consultar analistas de mercado – algumas corretoras oferecem o serviço. Os resgates devem ser feitos somente em momentos muito favoráveis da bolsa – lembre-se que a regra básica da renda variável é comprar na baixa e vender na alta. O melhor é não acompanhar as cotações das empresas diariamente para não entrar em pânico nos frequentes momentos de estresse no mercado.

Outros investimentos tradicionais, como CDBs e poupança, podem ser considerados pouco atrativos devido à baixa remuneração. Em relação aos imóveis, é inteligente comprá-los apenas para fins de moradia. Usar o FGTS para a aquisição da residência é interessante porque aumenta a rentabilidade desse dinheiro. Já investimentos em imóveis como fonte de renda não são aconselháveis devidos aos elevados riscos de liquidez e vacância.

Lembre-se, Poupança e FGTS são uma maneira segura de perder dinheiro, pelo menos a atual situação brasileira.

Mas como poupar?

Em nenhum momento questiona-se a importância de poupar para a aposentadoria. Pelo contrário, a atual geração deverá viver muito mais do que as anteriores. Será absolutamente normal que alguém jovem hoje em dia viva até 90 ou 100 anos. A maior longevidade obrigará as pessoas a poupar mais durante a vida economicamente ativa para viver bem após a aposentadoria. O problema é que a idade ativa caminha em direção inversa. Muita gente que perde o emprego com idade ao redor de 50 anos já enfrenta dificuldades para se recolocar no mercado de trabalho.

Ao mesmo tempo, há uma série de sinais de que os serviços prestados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) só tendem a piorar. O formato da pirâmide demográfica brasileira sugere um crescimento na proporção de trabalhadores inativos em relação aos ativos – ou seja, haverá menos gente trabalhando para financiar os aposentados. Já o regime especial dos trabalhadores públicos deve continuar a ser um peso para todo o conjunto de contribuintes se as atuais regras não forem modificadas. Para equilibrar as contas do INSS, restará ao governo continuar a elevar as idades mínimas para a aposentadoria e achatar os já enxutos benefícios – preferencialmente os dos aposentados do serviço público.

Frente a esse cenário, caberá a cada um constituir uma poupança que seja suficiente para enfrentar os tempos difíceis sem ter de pedir ajuda a parentes ou amigos. Algumas dicas simples são começar a poupar o mais cedo possível – de preferência, assim que necessidades como estudos e casa própria já tiverem sido atendidas. Também é interessante adiar ao máximo o início da aposentadoria do INSS para que o benefício seja maior. Da mesma forma, é sempre melhor começar a usar o mais tarde possível as reservas acumuladas com planos de previdência privada.

Com exceção das pessoas de alta renda, a imensa maioria terá de acumular essas reservas cortando gastos desnecessários – ainda que não haja problema nenhum em manter algum hobby ou atividades que gerem prazer. Mas é preciso evitar, nesses casos, gastos por impulso. As despesas supérfluas são sempre as mais fáceis de abrir mão.

É importante sempre gastar menos do que ganha, para economizar mensalmente por longos períodos de tempo. Uma sugestão inteligente para fazer isso é fixar uma meta de economia mensal ao invés de ir gastando sem saber quanto vai sobrar. O dinheiro da meta pode ser até mesmo colocado em uma conta separada no momento em que o salário for depositado. Dessa forma, o que permanecer na conta em que cai o salário poderá ser gasto. A pessoa só terá de respeitar o que tiver virado reserva e não poderá usar empréstimos para cobrir gastos extraordinários, já que os juros no Brasil ainda são muito mais altos do que o retorno das aplicações. Mais importante ainda é não apelar para o crédito rotativo do cartão de crédito nem para o cheque especial, que são de longe as modalidades de financiamento mais caras do país.

Marca: Só é dono quem registra!

É muito comum observar determinadas medidas que os novos empresários adotam na abertura de suas empresas, sendo a primeira delas a contratação de um contador para a constituição efetiva da sociedade empresaria, empresa, associação ou entidade.

Neste passo, a primeira cautela que adotam é a pesquisa relativa ao nome empresarial perante a Junta Comercial ou Cartórios de Pessoas Jurídicas. Estando livre o nome escolhido, torna-se possível o arquivamento dos atos constitutivos.

O grande equívoco reside justamente no entendimento de que o nome escolhido e adotado está efetivamente protegido pelo simples ato de registrar o contrato social na Junta Comercial.

Ocorre que o Código Civil Brasileiro é claro ao estabelecer que a proteção ao nome empresarial é restrita aos limites do respectivo Estado onde foi constituída a empresa:

“Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado."

Com a velocidade da informação e o avanço dos meios de comunicação, que extrapolam fronteiras, a proteção ao nome empresarial restrita ao Estado em que está circunscrita é relativa e pode trazer diversos problemas ao empresário, que muitas vezes não terá o instrumento adequado ao seu alcance para efetivamente fazer valer seu direito de exclusividade.

Uma medida muito simples que todo e qualquer empresário deveria adotar, consiste na pesquisa de anterioridade junto ao Banco de Dados do Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI (Autarquia Federal competente para conceder direitos de propriedade industrial), simultaneamente com as pesquisas realizadas perante a Junta Comercial, visando evitar conflitos entre nome empresarial e marca registrada.

Conforme o resultado das pesquisas, constituída a empresa, o segundo passo é levar o nome escolhido para registro perante o Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, pois, após o devido processamento, a empresa adquira o direito de exclusividade sobre o nome escolhido em todo o território nacional, sendo o que dispõe a Lei 9.279/96:

"Art. 129. A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido, conforme as disposições desta Lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o território nacional, observado quanto às marcas coletivas e de certificação o disposto nos artigos 147 e 148."

Uma vez adquirido o certificado de registro de marca, a empresa disporá de um forte instrumento para fazer valer o seu direito de uso exclusivo sobre o nome que escolheu para desenvolver suas atividades empresariais, em todo o território nacional, evitando que concorrentes se aproveitem indevidamente da fama que poderá alcançar perante o mercado em geral.

Com os grandes eventos esportivos e aumento do investimento estrangeiro no Brasil, acredita-se, que haverá, grandes expansões comerciais, aumentando consideravelmente a quantidade de empresas no Brasil, tanto de brasileiros como de estrangeiros, visando explorar o mercado nacional.

Neste cenário, as probabilidades de confusões marcarias serão constantes, em outras palavras, as dualidades de marcas serão maiores que em nossos dias, desta forma, as empresas que não tiverem o registro, por serem desavisadas ou descuidadas, poderão até perder suas marcas, sendo obrigadas a cessar da utilização das mesmas.

É por este motivo que estamos sugerindo, desde já, á proteção, convidando-os para iniciar o pedido de registro da sua marca no intuito de evitar problemas futuros.

Por tudo, é de extrema importância o devido registro da marca pois visualizamos sua vulnerabilidade em não obtê-la.

Como aprender com os erros de Silvio Santos

Silvio Santos se orgulha ao dizer que só entende de TV, que não conhece nada de seus vários negócios que compõem o Grupo Silvio Santos.

Mesmo se estivesse a par de tudo, talvez não fosse capaz de impedir a fraude ocorrida no banco Panamericano, que o levou a colocar seus bens como garantia para o aporte de 2,5 bilhões de reais concedido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

EXAME.com conversou com dois especialistas em gestão para entender quais foram os erros de Silvio e dos diretores do banco Panamericano, e como evitar que essas falhas ocorram em outras empresas. Confira a seguir.

Falta de pessoal qualificado

O desinteresse de Silvio pelo banco não está diretamente ligado ao fracasso do Panamericano, na visão de Simone Basile Alves, consultora e professora da Pós-Graduação da Veris Faculdades, do Grupo Ibmec Educacional, e Haroldo Vale Mota, professor da Fundação Dom Cabral.

Para eles, um empresário não precisa conhecer o ramo de seu negócio, se tiver à disposição uma equipe qualificada e bem treinada para executar as funções. Um exemplo de como falhou, nesta área, foi colocar na superintendência do banco um ex-personal trainner formado em Educação Física, Rafael Palladino, seu concunhado.

“Se tudo estivesse dando certo, ninguém falaria que o Silvio Santos não pode ter um banco por não conhecer o negócio. Ele tem vários negócios e, por isso, não tem condições de centralizar, mas esse processo de delegação tem que ser estruturado e planejado”, afirma a professora Simone Alves.

Para ela, o sucesso de uma empresa passa por critérios bem definidos em relação ao processo de identificação, seleção e desenvolvimento dos recursos humanos e dos gestores envolvidos.

Emprego de parentes na empresa

Este erro está diretamente ligado ao item anterior e pode ser uma armadilha para as empresas familiares, que representam mais da metade das companhias brasileiras. Para agradar a família, muitas acabam contratando parentes sem as qualificações necessárias. Além de Palladino, há cerca de 40 parentes de Silvio no grupo. Esposa, filhas, irmão e sobrinhos são apenas alguns dos que trabalham por lá.

Depois do estouro do caso, o megaempresário decidiu fazer uma “faxina familiar”, para verificar quais parentes estão empregados nas empresas por mérito e quais estão lá como favor.

“Se você quer ajudar as pessoas da sua família, dê uma mesada para elas, ou pague uma viagem ao exterior. Não dê emprego”, diz o professor Haroldo Mota, da FDC. Segundo ele, o melhor caminho é desenvolver um processo de profissionalização e de sucessão, em que se prima pela eficiência.

Por outro lado, a professora lembra que ter profissionais de administração na empresa não é garantia de sucesso. “Além de uma equipe preparada, é preciso ter mecanismos de controle para evitar irregularidades”, afirma Simone Alves.

Falha na governança corporativa

“Esse é um grande exemplo de má governança corporativa”, diz a professora Simone Alves. Segundo ela, as práticas de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa (componentes da governança) falharam em algum momento na administração do banco de Silvio Santos.

Um exemplo disso pode ser a incapacidade do grupo de auditoria interna em apontar as irregularidades que ocorreram no Panamericano.

Além da auditoria, a governança passa ainda por controles internos, relatórios de desempenho, gestão integrada e processos profissionalizados na organização. A especialista considera que essas questões precisam sempre receber muita atenção dos diretores, acionistas e do conselho de administração para obter resultados positivos.

Para isso, todos precisam saber interpretar os relatórios e documentos da empresa, o que faz voltar ao ponto da qualificação profissional.

Gestão de riscos ineficiente

“É instigante ver uma situação como essa em que o dono de um negócio é pego de surpresa assim. Há um mês existia, hoje não existe mais. Tudo por causa de um erro de monitoramento”, diz o professor Haroldo Mota.

Para ele, o grande erro neste caso foi no campo da gestão de riscos, na avaliação dos resultados e, principalmente, no monitoramento e na comunicação. Cada vez mais sofisticados, os mecanismos de gestão de risco – relatórios e modelos estatísticos – não têm sido bem interpretados.

A comunicação, geralmente feita por relatórios e instrumentos de acompanhamento das políticas corporativas, também não foi adequada, segundo o professor. Tudo isso, para ele, precisa ser feito para que situações como essa não se repitam.

A saída é sempre ter uma equipe responsável pela gestão de risco, seja ela de funcionários internos ou externos. “O mundo corporativo deve fazer uma reflexão sobre esse caso, para saber o que está acontecendo: falta de controle e monitoramento, de comunicação e avaliação”, afirma Mota.

http://info.abril.com.br/noticias/mercado/como-aprender-com-os-erros-de-silvio-santos-16112010-23.shl