Tomar vinho com alguém em algum lugar é uma experiência única, não dizível.
Ou permanecem as três lembranças juntas (o vinho, os personagens e o cenário), ou não fica nada.
As imagens são indissociáveis como numa fusão.
Para o fantasista, o mais forte é o traço de um romance, a imaginação à solta.
Na cabeça do viajante não acidental, são mais nítidas as cores da paisagem.
Nas sensações do degustador, o mais pobre dos três, permanecem o gosto e o aroma do vinho…
Seria só isso?
Há mais, porque a visão e o gosto da terra trazem para perto a experiência da descoberta.
E com ela as certezas do saber!
Vinho é cultura, assim como futebol, teatro e os livros de história…
Viaja-se tanto para conhecer os vilarejos medievais como se viaja para tomar o vinho que os contém ou evoca.
Por isso, se vendem nas revistas do luxo as imagens do vinho, às vezes mais fortes que ele.
O olhar se sobrepõe aos outros sentidos.
Portugal, Itália, França, Espanha, Alemanha, os lugares de vinho compõem um quadro que mexe com os sentidos.
Ao tomar esses vinhos numa mesa quieta de restaurante, ou mesmo em casa, reaparecem as pessoas, a imagem, as emoções.
A cena fica viva e acontece de novo… É a magia do vinho
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